Coroa do Frade (Évora).
O mais importante povoado fortificado do Bronze final do concelho de Évora, foi recentemente vandalizado por detectores de metais. Escavado em 1971 por José Morais Arnaud, forneceu um importante espólio constituído por "Fragmentos cerâmicos (nomeadamente cerâmicas carenadas e com ornatos brunidos); 5 contas de colar de barro, elementos dormentes e moventes em granito; 2 pulidores em grês; 1 enxó, 2 pendentes e 2 contas de colar em fibrolite; 1 conta bicónica em ágata; 1 conta de xisto; 2 contas de âmbar; 1 conta de resina; 1 fragmento de ponta de lança, 7 fragmentos de estoque, 1 esfera, 2 fragmentos de punhal, 1 fragmento de tubo, 1 fíbula, 3 argolas, 1 ponta de seta e 2 rebites em bronze."
Recordo aqui que a sua utilização é proíbida em Portugal (Lei 121/99, de 20 de Agosto).
Por vezes, os nossos alunos ficam a conhecer os materiais da pior maneira possível.
Mais informações sobre o sítio e sobre a Lei, em http://www.ipa.min-cultura.pt/
REVOLTANTE!!!
ResponderEliminarLamento profundamente que este tipo de situações continuem a acontecer. Caberá agora às autoridades competentes averiguarem e apresentarem resultados. Também lamentável não deixa de ser, constatarmos que pessoas idóneas, recorram à comunicação social de modo a expor este caso antes de ser iniciada uma investigação, mesmo antes de ser apresentada uma queixa junto das respectivas autoridades, segundo entendi. Não quero eu acreditar, que esta notícia tenha vindo à praça pública com terceiras intenções, como a de divulgar uma carta arqueológica por exemplo!
ResponderEliminarDesagradou-me profundamente que pessoas de bem, fossem comparadas a criminosos. Ao contrário daquilo que está escrito nos meios de comunicação social, não foi um detectorista que orquestrou este atentado, eu chamo-lhe caçador de tesouros. Um caçador de tesouros pode ser qualquer tipo de pessoa sem escrúpulos, até mesmo um arqueólogo, mas acima de tudo é um criminoso. Se usa detectores, se usa tractores, se usa retro escavadoras, é tudo uma questão de logística.
Um “detectorista” cumpre sempre a lei, dentro dos limites do bom senso. Um detectorista não recorre, a bulldozers e tractores para arrasar locais, como aconteceu neste caso, situação essa habilmente omitida pelos intervenientes na notícia.
Enquanto detectorista responsável que sou, solicito um pouco mais de honestidade e bom senso, da próxima vez que situações destas acontecerem.
Recordo a uns, dou a conhecer a outros o excelente trabalho desenvolvido pelos detectoristas do projecto IPSIIS em Portimão, www.ipsiis.net .
Não queria terminar o meu comentário, que espero que não sofra censura, relembrando a posição do Dr. Luís Raposo, director do MNA : http://ww1.rtp.pt/noticias/?article=386521&visual=26&tema=5
Respeitosamente
Um detectorista
A lei portuguesa é bem clara em relação à comercialização de detectores de metais, a quem o pode utilizar e em que condições.
ResponderEliminarEste, foi uma clara destruição do petrimónio arqueológico. A sua vinda a público espero, antes de mais, que seja um alerta.
Caro Detectorista, quando um político é corrupto, um médico negligente, ou um engenheiro fraudulento, deixam de ser políticos, médicos, engenheiros por via do seu carácter? Creio bem que não. Bons e maus há-os em todas as profissões, credos e casas.
ResponderEliminarPortanto, se se chegar à conclusão que um detectorista teve este comportamento vandalista, porque não denunciá-lo?
Eu sou designer, e como é natural não acredito que na minha profissão sejam todos honestos. Gostaria bem que sim, mas a natureza humana não escolhe profissões.
Diria que em lugar de ficar indignado com o timing da notícia ou os meios usados, era de maior nobreza começar por pôr a nu, sem rodeios, a vergonha dos factos.
Caro Detectorista, não lhe entendo a sua fantasia das terceiras (nem sequer segundas) intenções, por trás do trabalho dos arqueólogos que testemunharam esta vergonha. Pretende honestidade e bom senso para lidar com vândalos e ladrões? Não entendo o que está a querer esconder?
Esta intervenção "detectorista" teve algum tipo de enquadramento científico ou autorização das autoridades competentes para o efeito???
ResponderEliminarRecordo aqui o que diz o nº1, do artigo 1º, da Lei 121/99, de 20 de Agosto: "É proibida a utilização de detectores de metais na pesquisa de objectos e artefactos relevantes para a história, para a arte, para a numismática ou para a arqueologia".
ResponderEliminarSaiu hoje, em alguns meios da comunicação social, a notícia da detenção de um "detectorista"...
É verdade, as notícias não correm bem para os detectoristas.
ResponderEliminarMas esclareçam-me: um detectorista trabalha em que circunstâncias e para quem? Qual é o enquadramento legal desta actividade? E a quem são reportados os dados? Já agora, um detectorista, considerando que o uso de detectores de metais é uma actividade devidamente legalizada, faz o seu trabalho registando os sinais com GPS? Escava? Ao abrigo de que estatuto? Mas, ainda assim, considerando que os materiais achados foram obtidos de forma legal (sinceramente, estou a falar com total desconhecimento da actividade), a quem são depois entregues?
E já agora, os "detectoristas" têm nome? existem enquanto actividade profissional regulamentada? descontam para o IRS? ou falamos de mais uma intocável sociedade secreta de acesso restrito. Ao que parece eles próprios promovem a auto-clandestinidade como os antigos radio-amadores. "Detectoristas"... francamente, vão mas é apanhar caricas!!!
ResponderEliminarNão. Os detectoristas trabalham e pocuram fazer o seu trabalho de forma profissional e honesta. Eu acredito nisso e não quero pôr isso em causa.
ResponderEliminarComo não conheço os contornos dessa actividade, ponho em cima da mesa algumas questões simples, mas considero que as pessoas são à partida sérias e bem intencionadas.
Desgrada-me profundamente que as pessoas se deixem levar pela ganância, como no caso da Coroa do Frade, mas um detector de metais não faz de uma pessoa um criminoso. É um princípio.
Fiz os meus comentários por também me parecer desmedida a indignação do Detectorista que aqui deixou a sua opinião, uma vez que em lugar de condenar o que se passou, procurou desmarcar-se, perdendo o resto do tempo em insinuações de mau génio. Isso não lhe ficou bem no retrato. Foi uma reacção com o coração. Vamos aceitar assim.
Em Portugal apenas um grupo restrito de pessoas foi autorizada, pelo ex-IPA, a usar o detector de metais. Esta licença foi emitida PARA UMA ÁREA ESPECIFICA E COM UM OBJECTIVO ESPECÍFICO. Os restantes são caçadores de tesouros, muito bem informados, alguns deles munidos de equipamentos altamente sofisticados que identificam (podem escolher/programar) o tipo de metal...
ResponderEliminarEstes para além de destruírem, em alguns casos irremediavelmente, as estratigrafias dos sítios arqueológicos, lesam o estado português numa escala ainda pouco conhecida. Não são criminosos? Eu acho que são, pois a maioria sabe bem o que anda a fazer...escolhe sítios pouco visitados, actuam em dias de chuva...
Detectorista que sou, responsável e comprometido com a legalidade e a defesa do património, como me defino, lamento tanto o vandalismo, seja praticado por detectoristas como por arqueólogos, como a má fé e o baixo oportunismo com que alguns puxam a brasa à sua sardinha, ou a ignorância tendenciosa com que se pretende endeusar uns e diabolizar outros.
ResponderEliminarPerdoem-me todos a crueza das afirmações, e em particular a Drª Leonor Rocha, que talvez por distracção ou boa fé parece desconhecer que a primeira licença emitida pelo tal ex-IPA para o tal "grupo restrito de pessoas que foi autorizada a usar o detector de metais PARA UMA ÁREA ESPECIFICA E COM UM OBJECTIVO ESPECÍFICO", foi "oferecida" a um conhecido antiquário com loja(s) aberta(s) em que são abertamente vendidos objectos arqueológicos.